Barão de Mauá
Irineu Evangelista de Sousa (ou Barão de Mauá) foi um comerciante, armador, industrial e banqueiro brasileiro, um dos principais precursores e incentivadores da industrialização do Brasil, contribuições que lhe renderam os os títulos de Barão em 1854 e de Visconde em 1874. Conheça agora a história de um dos empresários mais importantes do Brasil!
História
Irineu nasceu em 28 de dezembro de 1813, em Arroio Grande no Rio Grande do Sul e viveu em uma região agropecuária na maior parte de sua infância.
Aos 12 anos, começou a trabalhar em uma loja de tecidos na cidade do Rio de Janeiro. Interessado no negócio e excelente funcionário, Irineu foi subindo na hierarquia da empresa enquanto ganhava confiança dos sócios. Até que aos 15 anos, se tornou sócio da empresa.
Porém, em determinado período, a loja sofreu com calotes e eventualmente faliu. Com a necessidade de negociar as dívidas com os credores, em uma das negociações, Irineu conheceu o importador Richard Carruthers, que lhe ofereceu uma nova oportunidade em seu empreendimento.
Ascensão
Pouco tempo depois, conquistou a posição de gerente, onde aprendeu com a mentalidade liberal inglesa e assim desenvolveu seu senso de negócios e vendas.
Irineu se tornou sócio da Carruthers e Cia e ficou no comando da empresa quando Carruthers voltou para a Inglaterra. Nesse cenário, surge a oportunidade de viajar e conhecer a Inglaterra.
E em terras inglesas, ele se deparou com uma sociedade avançada em relação à brasileira, a qual passava pela Revolução Industrial e entendeu como estava acontecendo a substituição dos produtos manufaturados por produtos industrializados.
De volta ao Brasil, em 1844, entra em vigor a Tarifa Alves Branco, que aumentava os impostos sobre produtos importados no Brasil, uma lei que afetava diretamente os negócios da Carruthers e Cia, fazendo então com que Irineu vendesse a empresa e pudesse focar em novos empreendimentos.
Foi quando adquiriu dois estaleiros e começou a atuar na indústria de caldeiraria e fundição.
Desde o início, Mauá aplicou as ideias vistas no exterior e promoveu ações contra o uso de escravos, pois era um abolicionista convicto. Na Ponta da Areia, um de seus estaleiros, todos os escravos foram alforriados assim que Irineu comprou o local e muitos passaram a ser seus empregados.
Mauá também foi responsável pela criação do segundo Banco do Brasil, além da Companhia de Navegação a vapor do Amazonas, a Companhia de Estrada de Ferro de Petrópolis e diversos projetos de melhoria para o Rio de Janeiro.
Em 30 de abril de 1854, na presença do Imperador Dom Pedro II, Mauá inaugurou o primeiro trecho da Estrada de Ferro de Petrópolis e recebeu o título de Barão de Mauá.
Declínio
A posição de barão e os ideais revolucionários, fez com que parte da elite e nobreza brasileira discordasse enfaticamente de seus planos de desenvolvimento da indústria e se incomodavam da sua atuação como nobre, mesmo não sendo da nobreza.
Em 1857, foi eleito deputado e as instalações da Ponta da Areia sofreram um incêndio criminoso e em 1858, houve a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II.
O império também não estava totalmente contente com o avanço do industrial e durante a Guerra do Paraguai e o estaleiro de Ponta da Areia foi praticamente obrigado a produzir navios de guerra para o Brasil.
Em 1877, Irineu recebeu o título de Visconde, dado pelo imperador Dom Pedro II, esse título simbolizava uma guerra silenciosa causada pela relação estranha entre o imperador e Mauá.
A situação financeira de Mauá também não ia bem, procurou por empréstimos e financiamentos ingleses, porém sem sucesso. Colecionando processos judiciais, Mauá foi perdendo o seu poder e influência até que em 1877 foram encerradas as atividades de Ponta da Areia. Tentou recorrer ao Banco do Brasil, que também negou qualquer tipo de financiamento.
Porém, em 1884, com 70 anos e conseguindo liquidar suas dívidas, reconquistou a habilitação de comerciante e começou a atuar como corretor de mercadorias na área do café.
Em 21 de outubro de 1889, o Barão de Mauá faleceu na cidade de Petrópolis, com uma situação financeira estável, e cerca de um mês após a sua morte, a República do Brasil foi proclamada.
Frase
“O melhor programa econômico do governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem.”